No dia 18 de abril, a convite do deputado federal Tião Medeiros (PP-PR), Governo Federal e entidades representativas do Agro participaram de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, para discutir as perspectivas de melhoria no escoamento da safra brasileira.
O debate ocorreu no âmbito da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Capadr). O mesmo tema foi debatido há um ano. A intenção de Tião Medeiros foi analisar a evolução do Governo Federal em volume de investimentos.
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“O produtor brasileiro vai continuar a evoluir horizontalmente, em termos de área, e verticalmente, em termos de produtividade. Mas nós temos ainda o mesmo volume de rodovias ferrovias, de berços de atracação e de terminais de retroárea. O que nós estamos fazendo para sermos mais competitivos?”, indagou o parlamentar.
Conforme dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2023,o Brasil produziu 286 milhões de toneladas de milho e soja. Deste total, 69% foram produzidos no Mato Grosso e Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), regiões onde a infraestrutura logística é aquém do mínimo necessário.
De modo geral, a atual situação da infraestrutura logística do país resulta no encarecimento do frete das lavouras até os portos. Em comparação com outros países, como Estados Unidos, o Brasil tem o custo de frete mais caro. Enquanto o custo americano é de US$ 75,50 por tonelada, o custo brasileiro é de US$ 138 por tonelada.
O Governo Federal, por sua vez, anunciou investimentos abaixo do esperado. O DNIT destinou, para este ano, R$ 4 bilhões para obras de infraestrutura rodoviária. No entanto, 70% desse valor é para manutenção da malha, ou seja, pouca margem para investir em novos projetos de ampliação.
Tião Medeiros alertou que o Brasil caminha para o colapso, pois a perspectiva é de que o Brasil produza até 450 milhões de toneladas de grãos em 2030. No entanto, a infraestrutura rodoviária, ferroviária e portuária segue a mesma. “O produtor precisa de uma luz no fim do túnel, ter uma perspectiva, pois precisamos que a infraestrutura nacional tenha uma evolução correspondente à evolução que o homem do campo faz todos os anos”, afirmou.
Confira os participantes da audiência pública:
ELISÂNGELA PEREIRA LOPES, assessora técnica da comissão nacional de infraestrutura e logística da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA;
ALLAN MAGALHÃES MACHADO, diretor de obras públicas do Ministério dos Transportes;
JOSÉ GONÇALVES PEREIRA NETO, superintendente de regulação substituto da Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ;
CARLOS ANTÔNIO ROCHA DE BARROS, diretor-executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT;
JOÃO JOSÉ PRIETO FLAVIO, coordenador do ramo agropecuário da Organização das Cooperativas do Brasil – OCB;
EDUARDO MARCUSSO, coordenador de monitoramento do Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA; (participação virtual)
DAVI BARRETO, diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportes Ferroviários – ANTF.