O deputado federal Tião Medeiros encampou a luta contra a medida provisória do Governo Federal de importar arroz, sob o argumento de manter o abastecimento no país e evitar o inflacionamento de preços.
No dia 18 de junho, a pedido de Tião Medeiros, a Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara realizou uma audiência pública na qual discutiu as razões para a importação de um milhão de toneladas de arroz pelo Governo Federal, bem como as falhas do leilão para a compra de 263 mil toneladas, cancelado no dia 11 do mesmo mês.
O ex-secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Neri Geller, que deixou o cargo após sucessivas irregularidades no leilão, foi evasivo ao responder às perguntas de Tião Medeiros e de outros parlamentares.
Questionado por Tião sobre de quem partiu a ordem de leiloar um milhão de toneladas de arroz, Geller respondeu que a Casa Civil e o Ministério do Planejamento encamparam a ideia. “A minha proposta era zerar a alíquota de imposto de importação, mas fui voto vencido. Eu gostaria que fossem compradas 100 mil toneladas de arroz, para ver como o mercado reagiria”, afirmou.
Tião Medeiros também questionou a origem dos R$ 7 bilhões reservados pelo Governo Federal para importar arroz, uma vez que a bancada do agro vem lutando, sem sucesso, por recursos para realizar políticas públicas para a agropecuária. Geller não respondeu.
CPI
Além da audiência pública, a bancada do agro propôs a convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para dar explicações sobre a medida provisória que liberou R$ 7 bilhões para a importação de arroz.
Também está em curso a coleta de assinaturas para a instalação da CPI do Arroz. Tião Medeiros assinou o requerimento de apoio às investigações. “Importar arroz, sob o pretexto de estabelecer o controle dos preços, é uma medida política equivocada”, frisou.